quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pelo interesse geral contra o clientelismo

Manuel Alegre disse hoje que se candidata a Presidente da República pelos valores da República e contra o “clientelismo, o amiguismo” e a “promiscuidade entre política e negócios”. Num almoço com apoiantes em Beja, o candidato apelou à “insubmissão” perante os mercados financeiros e contra o “provincianismo”.
Manuel Alegre num almoço com apoiantes em Beja

Fotos de Susana Jorge

“Candidato-me pelo primado do interesse geral contra o clientelismo, contra os que pretendem capturar o Estado democrático, contra o amiguismo e contra a promiscuidade entre política e negócios”, disse hoje Manuel Alegre num almoço com apoiantes em Beja . Uma candidatura que disse ser também pela “tolerância”, “abertura”, “liberdade – e não há liberdade sem liberdades” e “contra todas as formas de discriminação”.

Sobre as funções institucionais do chefe de Estado, Manuel Alegre considera que o ainda Presidente “falhou quando falou da cooperação estratégica”, pois não “não há dois primeiro-ministros”, e que o “caso das escutas” foi o “erro mais grave” e “violou a lealdade institucional”.

Na questão da representação nacional, Manuel Alegre defendeu que o Presidente da República “não pode ser uma figura decorativa”, nem pode “ficar calado quando o país é humilhado”, como aconteceu aquando das declarações do Primeiro Ministro da República Checa. Como “não pode ficar calado quando o nosso país é alvo de especulação financeira que abre portas à entrada do FMI”, afirmou, lançando um apelo à “insubmissão” perante os mercados financeiros, equiparados à “economia de casino” e à “economia de agiotas”, uma “sobreposição de poderes sem rosto que não foram eleitos” que requer “uma resposta política”.

Sublinhando que “temos a riqueza da língua e das relações multi-seculares”, Manuel Alegre defende uma “visão politica histórica e cultural”, em que o Presidente da República é o que “mais pode dar a essa projecto”. “Portugal não pode voltar-se para dentro, não pode cair no provincianismo mental de que falava Fernando Pessoa. Um Presidente da República não pode fazer de Portugal um país provinciano, um país diminuído”, afirmou o candidato.

“Temos de voltar à terra”, afirmou o candidato, defendendo que o baixo Alqueva deve servir para dinamizar a actividade agrícola, não esquecendo também os pequenos e médios agricultores. Alegre defendeu ainda a importância da produção agrícola nacional para evitar uma dependência do comércio externo.

A jornada alentejana começou em Castro Verde, onde teve simpáticas e calorosas recepções da população numa arruada pelas ruas do centro até à sede de candidatura. Depois do almoço em Beja, Manuel Alegre esteve noutra arruada em Reguengos de Monsaraz, visitando depois a Cooperativa Agrícola Carmim.

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