quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Manuel Alegre, a única certeza segura da continuação da Autonomia


Os açorianos são um povo com imensas singularidades no seio da Nação Portuguesa que sempre lutaram pela consideração, ou melhor, respeito por parte do Estado Português das nossas especificidades, circunstâncias sociais, económicas, naturais e geográficas específicas…esta luta ainda não acabou, caso contrário apenas estaremos aqui a saudar os tempos de luta de nossos conterrâneos da liberdade e não continuando a luta que nos deixaram para cumprir. A natureza da sociedade é mutável e não imutável como alguns fazem pensar pois à medida que a sociedade progride as ambições políticas, sociais, económicas, culturais de um povo também evoluem, mas infelizmente quer para agentes locais quer para agentes nacionais isso é apenas engraçado nas páginas da História e que não deve progredir, deve estar estanque e imutável para inglês ver. Causa-me espanto ver admiradores açorianos de um candidato presidencial que pretende continuar a sua linha de actuação política de não intervenção na maioria dos casos e de forte intervenção contraditória aos aspectos relacionados com o aprofundamento das autonomias regionais de Portugal. No seu percurso, Cavaco Silva sempre foi contra o aprofundar das autonomias, basta relembrar que a então Sua Excelência o Presidente do Governo dos Açores Mota Amaral apesar de seus esforços nunca conseguiu uma Lei de Finanças Regionais minimamente justa para com os Açores tendo como Primeiro-Ministro Cavaco Silva, que sempre deu prioridade à Madeira (com menos de metade de território e população semelhante à dos Açores), ou mesmo um caso mais recente de ter colocado dúvidas no que respeita à Nova Lei de Finanças Regionais ou mesmo a Revisão do Estatuto dos Açores aprovados e propostos pelo PS, ou ainda o facto de em algumas apresentações, como na entrevista à RTP Açores, ainda ser Presidente da República e para esclarecimentos mandar as pessoas que o interpelem a ir ao site da Presidência, mas por outras vezes ser apenas um candidato às Presidenciais e assim pode facilmente fazer o que lhe apetece em qualquer situação em que é abordado, pois quando foi à Madeira provavelmente foi como Presidente da República, pois teve uma Audiência com os representantes dos órgãos regionais de poder, mas cá nos Açores a história foi diferente, a sua situação de candidato não o exige ter contacto com as Autoridades Regionais estabelecidas no Estatuto dos Açores, anexo à Constituição da República Portuguesa. Mais grave ainda é ter defendido ser um dos responsáveis pela introdução do conceito de ultraperiferia, o que é muito triste, pois mesmo que ele estivesse protocolarmente representando Portugal no Conselho Europeu de Rhodes onde a UE reconhece politicamente este termo, a verdade é que este termo já decorre de uma longa luta iniciada por um Deputado da Martinica que colocou em causa as especificidades da sua região no seio do Mercado Único com a adesão da França à CEE, e que este esforço surgiu antes deste Conselho Europeu com a Declaração Conjunta das sete regiões ultraperiféricas que mostraram a sua convicção em verem traduzidos na legislação europeia a sua condição de ultraperiféricas. Toda esta história de restrições face ao povo açoriano e de falsas meas culpas, a verdade é somente essa: Cavaco Silva nem disfarça o desrespeito que tem para com as autonomias regionais, não pretende o seu aprofundamento e evolução e não reflecte nas suas apresentações públicas nos Açores qualquer sentido da consideração que nossos antecessores lutaram para alcançar. Manuel Alegre é um destes antecessores que defende liberdade acima de tudo e vê nesta liberdade a vontade e os desejos do povo açoriano que devem ser respeitados e cumpridos. Só com Manuel Alegre teremos Mais Açores e Mais Portugal!

Steven Barbosa

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