segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um novo fôlego para a República Portuguesa


A história de um país e de um povo é também uma luta contínua entre a grandeza e a mesquinhez, entre a superação e o comodismo, entre os que servem o bem comum e os que pensam apenas em servir-se ou servir uns poucos.

Por vezes há avanços, por vezes há recuos. Desde o 25 de Abril de 1974 tivemos importantes avanços, nas liberdades, nas conquistas sociais, na melhoria das condições sociais e na dignidade cívica da maioria dos portugueses. Construímos uma sociedade mais livre, mais tolerante, com mais oportunidades. Em 1974 tínhamos 40% de analfabetos e a mais alta taxa de mortalidade infantil do Ocidente. Foi essa a herança de 48 anos de ditadura. Graças ao Serviço Nacional de Saúde – que alguns querem agora destruir – temos hoje dos melhores indicadores de saúde da Europe e do Mundo. Graças à Escola Pública – como comprovam estudos recentes da OCDE – temos vindo a garantir o reforço da igualdade de oportunidades através da educação.

Mas a hora parece ser a de um risco iminente de recuo.

Há quem queira desistir. Há quem ache que não vale a pena e há quem simplesmente abdique dos seus direitos de cidadania, que a tanto custo foram conquistados.

Mas há também depois os que não se resignam. Mesmo nas horas de dúvida e angústia sobre o sentido do seu esforço, àqueles que querem servir o país e o bem comum, basta o prazer e a honra de servir a sua Pátria. Portugal precisa de todos aqueles a quem dirijo esta mensagem: esta é a hora da mudança, em nome da razão e da justiça, em nome de um país para todos. Àqueles que desejam um novo cesarismo ou um novo homem providencial, eu digo: podem estar certos de que estamos aqui para lutar pela vitória.

Aos profissionais do desânimo e da descrença, que acham que Portugal devia ser governado pela Chanceler Merkel ou pelo FMI, eu digo: Portugal vale sempre a pena, e nós estamos aqui por Portugal. Orgulho-me de pertencer a um país com quase 9 séculos de História, que já passou por muito, que já deu muito à Europa e ao Mundo, e que está aqui para durar, pelas mesmas razões de sempre: a indómita força de vontade do seu povo, a sua capacidade de resistência perante a adversidade, a riqueza e a solidez da sua cultura, das suas tradições, a sua vocação universal e a capacidade de adaptação à mudança, em todas as circunstâncias. Esta é a hora de um novo sobressalto patriótico, de um novo idealismo democrático e de um novo fôlego para a República.

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