No balanço do debate de ontem, Manuel Alegre relembrou que “a campanha tem estado sempre activa”, referindo, contudo, que “algumas pessoas é que estariam interessadas que não houvesse campanha”. Na primeira parte da entrevista ao Sapo, o candidato considera que o debate de ontem contribuiu “para as pessoas perceberem que ninguém está eleito, nada está resolvido”.
Para Manuel Alegre, no frente-a-frente de ontem ficaram bem marcadas as diferenças de concepção sobre as funções presidenciais e sobre a “questão essencial da função social do Estado”. Em resposta à estratégia de ataque crispado de Cavaco Silva, imputando-lhe repetidas acusações de que o actual Presidente estaria a destruir o Estado social, Manuel Alegre esclarece: “Nunca o acusei de ter destruído o estado social, o que eu digo é que ele nunca se pronuncia”.
Quanto às sondagens, que têm vindo a dar grandes maiorias ao actual Presidente, é uma situação que não incomoda Manuel Alegre, que está “formado” neste assunto, lembrando as últimas eleições quando, a dias da votação, Cavaco Silva tinha uma grande vantagem sobre ele. “Das duas uma”, afirma, “ou as sondagens enganam ou então Cavaco Silva perde muitos votos em campanha”.
Manuel Alegre garante estar a lutar por uma segunda volta e diz que não vê razões para tal não acontecer. Contudo, afirma que quem poderá estar preocupado com essa situação é o candidato Cavaco Silva. “Ele é que estava muito crispado e muito nervoso no debate de ontem, se está tão certo das sondagens não sei porque é que está tão nervoso”, concluiu.
O Sapo publicará na próxima semana a segunda parte desta entrevista.
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