segunda-feira, 6 de dezembro de 2010



"É preciso combater o preconceito relativamente às autonomias"

Uma das maiores conquistas do Portugal Democrático foi a consagração, na Constituição da República e na prática social, das autonomias político-administrativas dos Açores e da Madeira.

Realidades arquipelágicas, ilhas de assombro paisagístico e de gente empedernidamente portuguesa – foram votadas, porém, durante séculos, ao abandono e esquecimento. A descentralização ocorrida, bem como o seu aprofundamento, constituem, afinal, uma das grandes mudanças que animaram o último quarto do século passado e que continuam a mobilizar no Portugal insular a energia de açorianos e madeirenses.

Por isso mesmo, torna-se um imperativo de pedagogia democrática acarinhar estas expressões de poder regional e combater os preconceitos e o desconhecimento que ainda persistem na opinião pública portuguesa relativamente às experiências autonómicas atlânticas.

A clarificação e reforço da competência legislativa, a dignificação dos respectivos Estatutos Político-Administrativos, o incremento da cooperação entre a República e as Autonomias e a preservação de regras claras de relacionamento financeiro são, pois, tarefas face às quais o Presidente da República deve desenvolver uma influência positiva e unificadora.

Na certa convicção de que Portugal não seria reconhecível sem a projecção e profundidade atlânticas que os Açores e a Madeira lhe conferem, há pois que descentralizar para unir, reconhecer para dignificar e bem-querer para engrandecer Portugal.

Foi nos Açores que anunciei a minha candidatura. Conheço bem os Açores, onde vivi um período intenso da minha vida, e conheço bem os açorianos. Estes terão, por meu intermédio, na Presidência da República, a expressão de compreensão e de solidariedade que bem merecem.


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